A 33ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) transformou novamente a cidade pernambucana em um grande palco cultural. Entre os dias 11 e 27 de julho de 2025, o agreste pernambucano foi invadido por arte, música, dança, teatro e manifestações populares, reunindo cerca de 600 mil pessoas ao longo do evento e movimentando fortemente o turismo, o comércio e a economia local.
Multilinguagem e diversidade cultural
O FIG é conhecido por sua proposta multilinguagem, oferecendo ao público atrações que vão além da música. Em 2025, o festival manteve esse compromisso, reunindo mais de 20 polos de programação espalhados pela cidade, com atividades gratuitas para todas as idades.
Entre os espaços culturais estavam:
- Palco Mestre Dominguinhos (música popular e grandes shows);
- Teatro Luiz Souto Dourado (espetáculos cênicos);
- Parque Euclides Dourado (circo, literatura e cultura popular);
- Galeria Galpão (artes visuais, design e fotografia);
- Polo de Cinema, com exibições de filmes e debates.
Música para todos os gostos
O palco principal — Mestre Dominguinhos — foi o centro das grandes noites de shows. Nomes consagrados da música nacional, artistas regionais e novos talentos subiram ao palco para apresentações marcantes. A diversidade de gêneros refletiu a riqueza da cena brasileira:
- Elba Ramalho, homenageada da edição, emocionou o público com clássicos do forró;
- Djavan levou o romantismo e a sofisticação da MPB;
- Alceu Valença fez o público dançar com seu repertório vibrante;
- Artistas contemporâneos como Marina Sena, Josyara e Baco Exu do Blues trouxeram frescor à programação.
A valorização da música nordestina esteve presente em cada noite, com muito forró, coco, maracatu, baião e xote.
Arte e expressão em todos os cantos
O FIG é, sobretudo, um celeiro de arte e resistência cultural. Durante os 17 dias de evento, Garanhuns recebeu:
- Espetáculos de dança e teatro de companhias locais e nacionais;
- Intervenções de artistas de rua;
- Exposições de artes visuais e instalações interativas;
- Apresentações de literatura de cordel e saraus poéticos;
- Oficinas para formação e capacitação artística.
A programação envolveu artistas indígenas, negros, LGBTQIA+ e da zona rural, destacando vozes plurais e narrativas muitas vezes invisibilizadas nos grandes centros.
Cultura acessível e educativa
O Festival de Inverno tem como um de seus pilares a democratização da cultura. Em 2025, diversas ações educativas foram realizadas, como:
- Oficinas de teatro, música, cerâmica, percussão e escrita criativa;
- Palestras sobre políticas públicas culturais e economia criativa;
- Ações voltadas para estudantes da rede pública;
- Programação infantil com teatro de bonecos, contação de histórias e circo.
Tudo gratuito, proporcionando acesso ao conhecimento artístico e valorizando a formação de novos públicos.
Economia local e turismo aquecido
Durante o festival, hotéis, pousadas e restaurantes ficaram lotados. A movimentação aqueceu o comércio e gerou centenas de empregos temporários. A feira de artesanato e os estandes de comida típica também foram destaques, reunindo sabores e saberes do agreste pernambucano.
A cidade foi decorada com bandeirolas coloridas, instalações artísticas e iluminação especial, criando um clima acolhedor e festivo. O festival se mostrou mais uma vez um motor de desenvolvimento cultural e econômico para a região.
O Festival de Inverno de Garanhuns 2025 reafirmou seu papel como um dos maiores eventos culturais do Brasil. Com acesso gratuito, pluralidade artística e programação de qualidade, o FIG fortaleceu a identidade do Nordeste, valorizou talentos locais e proporcionou momentos de emoção, reflexão e alegria.
Mais do que um festival, o FIG é uma manifestação de pertencimento, resistência e celebração da cultura brasileira em sua forma mais autêntica.