A Bienal do Livro do Rio de Janeiro de 2025 foi marcada por recorde de público, uma programação diversificada e a valorização da leitura como ponte entre culturas. Realizada no Riocentro, entre os dias 5 e 14 de setembro, o evento reuniu autores consagrados e novos talentos, brasileiros e estrangeiros, reforçando seu papel como um dos maiores encontros literários da América Latina.
Edição histórica com forte presença do público
A edição de 2025 foi considerada uma das mais vibrantes dos últimos anos. Estima-se que mais de 700 mil pessoas visitaram os pavilhões ao longo dos 10 dias. Escolas públicas e privadas, famílias, jovens leitores e apaixonados por literatura lotaram os corredores desde o primeiro dia, confirmando o papel essencial do livro na formação cultural do país.
Os organizadores destacaram o aumento da presença de jovens e adolescentes, impulsionado pela participação de influenciadores digitais e autores contemporâneos que dialogam com o público nas redes sociais.
Encontro de culturas e vozes literárias
A Bienal 2025 foi um verdadeiro ponto de encontro multicultural. O evento contou com a presença de autores de diversos países, como França, Portugal, Argentina, Angola, Moçambique, Alemanha e Estados Unidos. Debates, bate-papos, sessões de autógrafos e lançamentos promoveram trocas culturais ricas e reflexões sobre o cenário literário global.
Entre os destaques internacionais estiveram escritores premiados de ficção, autores de best-sellers juvenis e vozes da literatura africana contemporânea. Já o Brasil foi representado por nomes como Conceição Evaristo, Milton Hatoum, Carla Madeira, Raphael Montes e Itamar Vieira Junior, além de autores de literatura infantojuvenil e quadrinhos.
Temas em debate
A programação incluiu mais de 500 atividades, distribuídas entre palcos temáticos, arenas de debates e estandes interativos. Entre os temas abordados:
- Literatura como instrumento de transformação social;
- Leitura na era digital: o papel dos e-books e audiobooks;
- Diversidade, inclusão e representatividade nas narrativas;
- Escrita de mulheres e literatura LGBTQIA+;
- O livro como resistência cultural frente à desinformação.
Escolas e universidades também tiveram espaço com atividades voltadas à formação de leitores, oficinas de escrita criativa e rodas de leitura com autores.
Leitura para crianças e jovens
Um dos pontos altos foi o espaço dedicado ao público infantil e juvenil. Com contações de histórias, espetáculos teatrais, oficinas de desenho e interação com personagens, o evento se transformou em uma grande aventura literária para as crianças.
Autores de literatura jovem contemporânea, muito populares nas redes sociais, também marcaram presença e atraíram longas filas de fãs. Essa conexão entre livro e novas mídias ajudou a aproximar os adolescentes do universo da leitura.
Mercado editorial fortalecido
Além do impacto cultural, a Bienal teve também um forte reflexo no mercado editorial. Editoras de todos os portes, livrarias independentes e autores autopublicados aproveitaram o evento para lançar obras, realizar vendas e fortalecer parcerias. O volume de negócios gerado superou as expectativas, sinalizando uma recuperação do setor após anos de retração.
Os descontos e promoções atraíram leitores de todas as faixas sociais, incentivando a formação de novas bibliotecas pessoais e escolares. A feira foi, portanto, um espaço de acesso democrático ao livro.
A Bienal do Livro do Rio 2025 foi mais do que um evento literário — foi um celebração da leitura, da diversidade e da cultura. Com autores consagrados e emergentes, público entusiasmado e uma programação rica e acessível, o evento mostrou que o livro segue vivo, pulsante e essencial para o Brasil de hoje e de amanhã.
Enquanto os estandes se desmontam, fica a certeza de que a leitura segue abrindo caminhos e conectando pessoas. E a expectativa já cresce para a próxima edição, que promete ainda mais encontros inesquecíveis entre autores, leitores e histórias.